A normalização da vilania

Olá, prezados,

Hoje, 20 de março, data que me traz à memória aquele que, mesmo em momentos de dificuldades, nunca deixava faltar em casa jornais, livros, discos. Mas a tristeza é dupla: pela ausência e pela frequência de acontecimentos funestos que  se sucedem em nosso país. Vivemos o eterno dia da marmota e não se vislumbra o “ponto de virada”.

Acredito que você, assim como eu, quando leu 1984, de George Orwell, jamais imaginou que esta distopia se instalaria com tanta facilidade num tempo em que viveríamos a Era de Aquário: tempo de paz, empatia, respeito, LIBERDADE.

Desde 2019, vemos as liberdades individuais escaparem das nossas mãos. Em 2020, o Movimento Conservador de Tapera passou a alertar a população sobre o que se prenunciava. todavia, esta fez ouvidos moucos. Desde então, é lema do Movimento: A LIBERDADE É O MAIOR VALOR: LUTE POR ELA.  Quem o fez com coragem e determinação?

Pois, na semana passada, o TSE inaugurou uma espécie de Ministério da Verdade para definir o que as pessoas poderão dizer no país. Junto com a Anatel ( cujo presidente disse que a agências exercerá poder de polícia), Ministério da Justiça e Segurança (cujo ministro verbalizou que “há um componente repressivo para suprimirmos as condutas abusivas”), o Estado Brasileiro não hesitará em colocar-se contra o povo. Faltam combinar, porém, o que são “discurso antidemocrático”, “discurso de ódio”, “deepfake”, “notícias fraudulentas”. E, para mostrar que estão falando sério, ontem, um delegado da Polícia Federal admitiu, com tranquilidade, que há monitoramento da posição ideológica dos brasileiros em redes sociais.

I-1

E, hoje, o @STFoficial publicou, em sua página no X, um card em que estimula denúncias. Mas não se vê indignação nenhuma quanto a normalizar este absurdo. Pelo visto, muitos já se acostumaram com essa prática,  já que o fizeram fartamente em 2020, período em que se  denunciava quem queria trabalhar, abrir sua loja, encontrar familiares e amigos, estudar, exercitar-se.

Normalizar comportamentos bizarros, perniciosos é prática recorrente. Inicia-se encorajando uma parcela da população a praticá-los. A seguir, a mídia é “orientada” a aderir às excrescências. Então, surgem reportagens, artigos científicos, “especialistas”, entretenimentos normalizando o assunto. A população, com sua capacidade lógica diminuída pelo medo, pelo politicamente correto ou por preguiça ou QI abaixo de 83, aceita placidamente. E o mundo segue submisso a mais uma aberração.

Professora Thais Corazza

contato@profthaiscorazza.com

Professora de Português, fundadora do Movimento Conservador de Tapera, palestrante sobre temas educacionais, comportamentais, políticos e opinadora sobre temas contemporâneos.

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